EMAF potencia networking presencial e inovação na sua mais recente edição

A EMAF marcou o regresso da Exponor Exhibitions às feiras profissionais e reuniu quase 20.000 visitantes oriundos de 57 países e 390 expositores em nome da tecnologia do futuro.

Decorreu na Exponor, entre os dias 1 e 4 de dezembro, a EMAF, o maior evento português vocacionado para a indústria, com vista a renovar a internacionalização de tecnologias na inovação industrial e no conhecimento técnico especializado. Com 390 expositores participantes e 19.591 visitantes oriundos de países da Europa, África, Ásia e América Latina, a feira estendeu-se ao longo de cerca de 35.000 m2 para enaltecer as melhores práticas da indústria 4.0, da robótica e muito mais.

O segundo dia do evento ficou marcado pela visita de Pedro Siza Vieira, Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, que visitou vários dos expositores da feira para testemunhar de perto o que de melhor se faz no setor, com especial atenção para o mercado nacional

Desde os braços robóticos de elevada precisão para processos minuciosos e sistemáticos, aos robôs colaborativos potenciadores da cooperação entre humanos e máquinas, passando pelos sistemas de transporte inteligente e pelos softwares de configuração de processos industriais, estes foram alguns dos destaques da EMAF.

Exemplo disso foi a Bresimar Automação, empresa nacional com sede em Aveiro, focada, sobretudo, em soluções de engenharia para a indústria e automação industrial, com um volume de negócios em 2020 de cerca de 15M (10% provenientes de exportações), que colocou em destaque soluções de robótica colaborativa para promover a colaboração homem-máquina no mesmo ambiente industrial. Da mesma forma, apresentou soluções de robótica autónoma, através de AMRs e ainda de visão artificial, com o propósito de acrescentarem qualidade e perceção dos produtos no âmbito do transporte inteligente.

Outro exemplo é a ESI, um dos pioneiros na EMAF a apresentar soluções de indústria 4.0 já em 2016, com um volume de negócios na casa dos 6M de euros, provenientes do mercado nacional. Com um perfil costume made, apresentaram um conceito de fábrica virtual, que permite acompanhar a produção, o número de peças por minuto que estão a sair, a existência de componentes rejeitados, temperaturas em pontos da fábrica e outros – variáveis fundamentais para a gestão de um diretor de produção, por exemplo. Em termos de software, levaram à feira, pela primeira vez, uma solução para programação offline de robôs que não obriga à paragem da produção para a configuração dos mesmos. Soma-se ainda uma outra solução que possibilita a produção de estruturas, sistemas eletromecânicos e outros, através de montagens online a partir do computador que permite extrair uma lista de peças e o respetivo preço, bem como as componentes desmontadas e aptas para serem combinadas na sequência.

Já a Fernando Ferro, empresa de metalomecânica de precisão com foco na automação, projeto mecânico e robótica à medida do cliente, com um volume de faturação, em 2019, de 11M (exportações na casa dos 50%), ambicionou, para a EMAF, poder demonstrar a sua capacidade para os mercados nacional e internacional. Em destaque colocaram a robótica, à qual reconhecem o epicentro da transformação atual da indústria, desde a robótica colaborativa, aos AMRs, à mobilidade e à robótica industrial de uma forma integrada. Neste âmbito, destacaram a engenharia e a adaptação da tecnologia às necessidades das indústrias, procurando simplificar processos e o trabalho homem-máquina, lado a lado e não como substituição da vertente humana em detrimento da tecnologia.

De entre os 390 expositores, foram 21 as empresas portuguesas que apresentaram o melhor da know how nacional: Adira, A Eléctrica, AMOB, Balanças Marques, Carlos Moreira Gonçalves, CEI, Coniex, Cubotonic, Electroportugal, EMIR, F. Ramada, Forjaço, J. Matos, Motofil, Portlaser, RICO, Rubete, Safa, Sew Eurodrive, Sucorema e Wegeuro.

Vencedores dos prémios de inovação e Congresso da AIMMAP

Entre os principais destaques da feira, coloca-se a 10ª edição do Concurso de Inovação EMAF, em parceria com a Revista Robótica, com vista a atribuir vários prémios para reforçar os seus eixos de I&D e Inovação, respondendo ao seu propósito de contribuir para apresentar os mais notáveis avanços do setor.

O Prémio “Leonardo Da Vinci”, que distingue os produtos considerados como melhores em termos de inovação nacional, destacou como vencedor a D-PICO, da empresa Unmanned Tools e atribuiu menção honrosa à MindCUT DIVA, da Mind Software Multimédia e Industrial. Já o Prémio “Nicola Tesla”, que distingue o que de melhor se pratica em matéria de inovação internacional, o vencedor foi a ECOBOT 50 da empresa Iberoeste, Lda., com menção honrosa atribuída ao sistema de troca de ferramenta Smartshift da Compind.

Foram várias as empresas a concurso nesta edição do Prémio, pautado por um júri de especialistas distinto, plural e isento.

A feira integrou ainda o Congresso realizado pela Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP), sob o título “Inteligência Artificial (IA): Aplicações, Implicações e Especulações”, que reuniu mais de 90 pessoas. Após um período de exposição teórica sobre vários temas, seguiu-se um período final de perguntas e respostas com questões que mantiveram o orador – Professor Arlindo Oliveira (docente no Técnico de Lisboa e Presidente do INESC) – num diálogo que despertou o interesse de todos para questões relacionadas com os desafios da IA, aspetos técnicos, éticos e legais e a transformação digital da Indústria.

Entre as conclusões enaltecidas, salienta-se a dependência do aumento de eficiência e eficácia das empresas e outros agentes económicos da adoção do tipo de tecnologias em epígrafe, que representarão o fator mais decisivo na competitividade nas próximas décadas. Porém, o poder da Inteligência Artificial traz consigo diversos desafios, sociais, éticos e regulamentares, que têm sido o objeto de recentes iniciativas da Comissão Europeia, incluindo o Artificial Intelligence Act, que se encontra em discussão pública, e cuja aprovação implicará alterações na forma como a desenvolvemos e usamos.

Num futuro ainda distante, a investigação nesta área poderá mesmo desenvolver Inteligência Artificial Geral, permitindo a criação de mentes digitais, sistemas que exibirão um comportamento tão inteligente, flexível e poderoso como a mente humana. Estas mentes digitais reproduzirão em computadores o comportamento inteligente dos seres humanos, seja através da emulação direta do cérebro ou através de abordagens sintéticas. Se, de facto, criarmos mentes digitais conscientes, quais serão as implicações sociais, legais e éticas?

Para mais informações, por favor contactar:

Pedro Miguel Pinto – Silver Lining

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Edite Alexandre – Silver Lining

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